Já não quero mais mergulhar em amores rasos ou em pessoas superficiais. Eu sozinha me basto sim, obrigada por perguntar. Nunca precisei que me dissessem o que fazer, nunca esperei muito para correr atrás do que quero.

Não vou me amarrar em um presente incerto e sacrificar meu futuro, quero todos os caminhos e todas as possibilidades. To mandando embora qualquer coisa que me afaste dos meus sonhos, não sou de ficar guardando mágoas, mas não vou parar minha caminhada por qualquer obstáculo.

E se alguém sente pena de mim, pode deixar para lá, esse sentimento não faz jus a minha história e a todas as batalhas que tive que vencer para estar aqui.

Não quero mais o comum, o trivial, as mesmas desculpas feitas e forjadas nos bares por aí, entre doses escassas de uma bebida barata, que deixa o rosto vermelho e a cabeça vazia. Dispenso opiniões, ninguém sabe a dor e alegria que carrego no coração. 

Talvez eu me embriague em um bar por aí, na beira da estrada. Sente nos bancos sujos e peça uma cerveja qualquer, faça amizade com os motoristas que pararam ali para descansar, conte algumas histórias e escute outras. Talvez eu beba uma soda bem embaixo de um guarda-sol e escolha o sabor mais ácido do sorvete.

Há quem se incomode com a minha solidão, mas já dizia o velho clichê que antes só do que mal acompanhado. Pior mesmo é esta só mesmo estando acompanhado, se for para caminhar sozinha, que não tenha que me preocupar com qualquer outra coisa além de meus próprios sapatos.

E caso alguém queira me acompanhar, não sinta receio, uma boa conversa olhando para o horizonte é sempre bem vida. Só tenha ciência que não quero mudar de ares, não quero outras vistas, se quiser me acompanhar, podemos dividir o que já está bem à frente, logo ali.

Talvez seja bom avisar que gosto de correr pela estrada, ou parar e observar o céu estrelado que se revela longe das luzes da cidade. Gosto de ficar em silêncio, sozinha, valorizar as pequenas coisas e me admirar com a perfeição da obra Divina. Uma borboleta mais colorida é o suficiente para fazer meu dia repleto de amor.

Eu sei, eu sei, é difícil que alguém queira me acompanhar em uma caminhada tão peculiar, afinal, quem pode amar a banalidade desta forma? Honestamente, eu não me importo...

Enquanto eu tiver a mim, ninguém mais me falta, eu mesma me transbordo.