No one ever said it would be this hard
sábado, julho 22, 2017
Acordo.
Levo cerca de 30 segundos para entender onde estou e mais 30 para perceber como estou. Sem nenhum braço ao redor, a cama pequena parece infinita, sem reclamações ou flashes da noite anterior eu me rendo as lágrimas.
Mas chorar não resolve, na noite anterior já havia tentado e tudo continuava ali. Em silêncio, odeio por quase um segundo o momento em que me rendi, numa maldita noite escura demais para contar meus segredos.
O segundo passa, a sensação também.
E agora tudo parece mais difícil, mais solitário. Não que eu me importe com a solidão, ela é uma boa companhia, mas existem ausências que são mais presentes do que nunca.
Sinto que o sol já bate na janela, o dia já começou e nada pode parar. É impressionante como a vida continua mesmo quando você não.
Permito mais alguns minutos olhando para o teto e me perguntando quando eu quebrei minhas defesas, questionando se fiz uma boa escolha.
A resposta é clara quando seco o rosto, gasto meio tubo de corretivo e continuo. Eu aprendi a continuar, a recomeçar.
Tudo parece pouco quando vejo o quanto já caminhei.
Ainda assim, é a primeira vez que sinto uma dor tão real. De fato, real.
Isso já não importa, não há como se arrepender de dar uma nova chance a felicidade, mesmo que ela dure pouco, mesmo que seja um dos tantos infinitos em dias contados.
O dia passa, arrasta, voa e escorre entre os dedos, a noite chega com sua carga de lembranças. Realmente foi tão pouco tempo assim? Parece que foi uma vida.
O sono não vem.
Escrevo, mas não para me lembrar ou esquecer, escrevo porque sei que o tempo cicatriza... para deixar ir o que insiste em ficar.
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