sexta-feira, março 19, 2021


Escrevo porque é assim que me faço viva.

É embaralhada em palavras turvas que encontro o caminho de volta para um lar que nunca tive. Viver é um incômodo inevitável, como uma etiqueta de uma blusa que você tentar cortar, mas continua ali.

E na inevitabilidade do viver, me equilibro entre os dois lados que me arrastam para um mar sem sol, com ondas fortes e água gelada. Cair não é uma opção, errar não é opção, sentir não é uma opção.

 

Seguir em frente é uma opção.

 

Parece determinístico porque é, nunca me foi dada a oportunidade de desfrutar de um momento de felicidade sem um preço alto a se pagar.

Sendo assim, só me resta o obvio, continuar e nunca parar.

Desejo que seja uma trajetória pacífica, não preciso de muito mais do que distância do caos para conseguir me aguentar em pé.

Só preciso sobreviver até que não seja mais necessário. Me amparar em lembranças que me mostrem que o mundo já foi pior, deixar a dor ir.

 

Mas para a dor ir, assim como a ressaca do mar, primeiro ela tem que vir.

 

Não me sinto no direito de questionar os porquês, a vida é o que é. E se hoje minhas lágrimas ardem por um coração partido, já arderam antes por partir um coração.

É a lei do retorno, é a lei do merecimento e é aqui, nesta única vida que temos, que vamos encontrar nossos ciclos (sim, ciclos, porque começos e fins estão sempre nos mesmos lugares).

 

Me conformo e sigo em frente. É só o que me resta e é tudo que eu tenho.


You Might Also Like

0 comentários

Popular Posts

PINTEREST