No Regrets
terça-feira, dezembro 20, 2022Relutei muito para transformar em palavras sentimentos que mal consigo descrever, parece injusto e vil eternizar algo que quase sobrepõe o que foi.
Parece não fazer sentido registrar a consequência e não a causa.
Parece não fazer sentido registrar a consequência e não a causa.
Hoje não é uma data marcada por qualquer lembrança especial, é somente mais um dia entre tantos outros que eu tenho vivido desde então.
Desde então todos os dias são tristes e iguais, sem cor, sem sabor, sem felicidade. Só não posso dizer sem nada, porque existe muita dor.
Uma dor que parecia desconhecida e impossível, mas que agora é real ao ponto de me consumir como o fogo que queima até não deixar nada.
E quando parece que chegou ao fim, ao limite, ela recomeça seu ciclo sem piedade ou amor.
E não há lugar para me esconder entre meus pensamentos. O passado dói, o presente dói, o futuro dói e devo admitir que é uma existência que me soa infeliz, porque de fato é.
A ausência se faz presente em cada segundo, em cada lugar, em cada som e em cada cheiro.
E apesar de tudo (e do nada) que me restou, continuo a repetir a frase que me levou a tudo isso. Não há arrependimentos, nunca houve.
Seria incongruente me arrepender do que deu significado a minha vida, mesmo que por um pequeno e infinito espaço de tempo.
Seria imoral não dizer mil vezes sim as lembranças que criei com alguém que me tocou e encantou de uma forma tão genuína e real.
Seria ingrato virar as costas para o que acalmou meus pesadelos e fez absolutamente tudo valer a pena.
Seria incongruente me arrepender do que deu significado a minha vida, mesmo que por um pequeno e infinito espaço de tempo.
Seria imoral não dizer mil vezes sim as lembranças que criei com alguém que me tocou e encantou de uma forma tão genuína e real.
Seria ingrato virar as costas para o que acalmou meus pesadelos e fez absolutamente tudo valer a pena.
E por essas ondas de dor e gratidão que eu fico como em um mar que me arrasta para seu oceano profundo e depois me devolver para a praia.
Sobre apenas um preço muito alto a se pagar por algo que vale uma vida inteira. Vale exatamente o que me cobra.
Olhos conhecidos, mas já tão distantes, continuam me visitando em pesadelos que não me deixam esquecer por sequer um momento o que foi.
Sobre apenas um preço muito alto a se pagar por algo que vale uma vida inteira. Vale exatamente o que me cobra.
Olhos conhecidos, mas já tão distantes, continuam me visitando em pesadelos que não me deixam esquecer por sequer um momento o que foi.
As lágrimas são inevitáveis, assim como foi inevitável amá-lo. Assim como é inevitável que esse seja o preço a se pagar.
Não há arrependimentos, só ausência.
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