Talvez eu tenha desaprendido a amar.
Minhas palavras só fluem na
tristeza, amargura ou solidão, talvez sejam apenas esses sentimentos que me
sufocam que permitem que as palavras desengasguem meu coração angustiado.
Quando a dor é maior do que meu
próprio sol, frases feitas brotam como uma nascente de rio, transbordam a folha
de papel com minha confissão.
Talvez eu nem queira amar outra vez.
Mas mesmo assim um estranho
sentimento me invade, que me faz ficar acordada estupidamente até mais tarde do
que deveria e passar o dia todo com um meio sorriso no rosto, tentando
encontrar em qualquer conversar um traço de reciprocidade.
E eu luto. E eu perco.
E no dia seguinte tudo volta
novamente, como quando eramos todos adolescentes acreditando em uma vida
infinita. Hoje eu sei que qualquer coisa passa, mas esse frio na espinha que me
faz dizer besteiras e perder o ar, talvez eu prefira que fique.
Talvez eu nem mesmo saiba o que é amor.
Depois de parâmetros tão duros é
cabível que eu me pergunte se eu sei identificar o que é amar de verdade. O que
é ser amada de verdade.
Muitas vezes acho que preciso
descobrir, permitir que a vida seja tão imprevisível como sempre foi e que o
destino faça sua mágica.
Muitas vezes eu prefiro ficar só.
Talvez, e só talvez, meu mundo
tenha parado de girar. Num breve suspiro eu soube.
E não há volta.
Quando vejo é tarde e e eu sei que deveria estar dormindo, mas ao invés disso, estou sonhando.
E no fim eu sei que mesmo que eu já não saiba mais falar de
amor, talvez eu ainda saiba senti-lo.
- quinta-feira, setembro 20, 2018
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